A família e os desafios da convivência

Palestra dia 04/09/2017 por Vanessa R. S. Cardoso

Transcrição da Palestra de Rossandro Klinjev:  https://www.youtube.com/watch?v=CFTuGSyjeqI

A geração dos 60 as famílias típicas eram bem diferentes da que temos hoje. O modelo era completamente clássico e chamava “Pai Orientado”, onde o pai tinha autoridade mesmo na ausência, a frase era muito comum “Quando seu pai chegar”, isso já era suficiente para a ordem ser restabelecida mesmo que o pai não mandasse em nada, quem mandava era mãe, mas ela usava essa figura para limitar a orientação da família. Essa família tinha muitos defeitos e muitas virtudes e durou muito tempo, os casamentos duravam não porque existia muito amor, mais porque um ser humano era totalmente anulado, geralmente a mulher, para que um sobrevivesse, Rossandro citou o mundo Highlander só pode haver um eu o macho alfa!.

As mulheres eram educadas para suportar esse casamento, em que elas ocupariam esse lugar secundário, mesmo que muitas mandassem no homem que achava que mandava nelas, pela doçura que o universo feminino tem e fez que a família tivesse esse ditador que às vezes aparecia e a mãe que era uma espécie de embaixatriz da ONU entre pais e os filhos. As relações eram meios distantes, havia uma certa ditadura, mas havia uma ordem absoluta, as pessoas sabiam o que fazer porque elas sabiam onde iriam chegar.  Nessa época existia muita privação, mas a ordem estabelecida no lar criava um sentimento de cuidar uns dos outros e harmonia.

O planeta está passando por muitas transformações, sabemos que a terra está passando por uma transição e evolução, há momentos que se acumulam conjuntos de eventos que se dá a mudança.

A geração atual é uma geração insubmissa, os filhos não são tão submissos como eram. E isso gera nas cabeças dos pais aquela frase “Eu não sei o que eu faço com esse menino” e quando olha é um menino mesmo de dois anos de idade, fica até estranho olhar para o pai que está dizendo que não sabe o que fazer com esse menino de dois anos. Mas o que essa mudança de padrão contribui para os pais chegarem a essa frase.

A partir dos anos 60 o que mais aconteceu nas famílias foi à mulher cansou da submissão, ela começou especialmente durante a segunda guerra porque os homens foram para a guerra, às mulheres foram para as fábricas, e quando eles voltaram às mulheres não quiseram voltar para os fogões.  Altamente compreensível elas entenderam que podiam ter independência financeira e autonomia e capacidade de não ser submissa a um casamento que não existia amor e sim muitas vezes violência, até se ouvia muito a frase “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, podia estar apanhando e ninguém fazia nada, hoje já temos a lei Maria da penha e tudo mais, hoje já estamos se adaptando a essas mudanças.

A partir dos anos 60 cresceu os discursos da psicologia, psicanálise sobre como educar as crianças, que não podiam as crianças sofrer traumas e serem traumatizadas, que crianças não podiam ouvir não de que tem ter cuidados com as crianças, que elas não podem ser contrariadas. Isso tudo gerou um geração de pais que começaram a cuidar dos filhos com tanto exagero que houve uma inversão de valores se nos anos 60 a figura central da casa era o pai, a partir dos anos 60 a figura passou a serem os filhos, a família em função da criança. Mais quando dou poder a quem não tem conhecimento o que acontece? Podemos ver como está a atual situação do país.

Quando dou poder para quem não tem maturidade vira um déspota.

Déspota

1.    que ou quem exerce autoridade arbitrária ou absoluta (diz-se de governante); tirano.

A família do passado era muito orientada no seguinte aspecto, os pais não se preocupavam se nós os amamos ou não. Mas hoje pode ver se os pais perguntam para os filhos ’meu filho você me ama?’.

Rosandro contou uma estória,

Certo dia seu avô presenteou com um abadá, que era essas entradas para os carnavais fora de época na Bahia, sua mãe falou que ele não iria, ele retrucou e disse que ganhou e iria sim, ela disse menino você é menor que não vai. Ele então disse a ela que quando tivesse 18 anos iria, ela logo respondeu enquanto você depender de mim, quem manda sou eu, você hospeda se na minha casa, esse quarto me pertence. Ele respondeu é muito e engraçada a senhora quando acabar ainda quer ser amada. Aí foi o mais surpreendente sua mãe disse: Meu filho quem botou na sua cabeça que eu quero o seu amor? (Ele se chocou) Ela disse meu filho amor é uma escolha, eu escolhi lhe amar e é uma escolha adulta e madura, eu escolhi lhe amar independente de como você seja eu não preciso do seu amor, mas eu não abro mão do seu respeito, portanto você não vai nem hoje, nem amanhã, enquanto depender de mim, porque minha casa minha lei.  Na época como era jovem Rossandro saiu batendo as portas e ficou uns três dias sem falar com a mãe, claro que não hesitou e logo voltou às boas, mas ele foi entender a importância de tudo aquilo que ela lhe falou lá pra frente quando já estudava psicologia.

O amor é o mais sofisticado dos sentimentos do ser humano, ele acontece na pré-condição de sentimentos que o antecedem. Lembrando de matemática se somente se, tal coisa é assim se outras condições forem dadas. você ama alguém se ou somente se algumas condições forem dadas. Como ele é sofisticado é um sentimento que os pequeninos e adolescentes ainda não tem, os filhos ainda não nos amam, tanto que eles falam daquele jeitinho que você sabe que tem um interesse, mais ainda não tem amor, mas haverá, principalmente se as condições forem dadas e depende muito mais de nós do que deles, pois os filhos são os maiores talentos que Deus nos deu para que nos multipliquemos em virtudes, competências, porque nenhum pai quer ouvir de Deus: “Servo infiel o que fizeste do talento que te dei”.

O que significa amar como o mais dos sofisticados sentimentos, é que para que eu ame eu preciso primeiro respeitar, eu só amo aquele que eu respeito, para que eu ame eu preciso admirar, eu só amo aquele a quem eu admiro então o que acontecia no passado, eles não se preocupavam em ser amados, mas se preocupavam em ser respeitados com isso eles ganharam o amor e o respeito do seus filhos. Hoje dia muitos pais querem ser amados, mas não se fazem respeitar e ao final não conseguem nem o amor, nem o respeito. Muitos não fazem por dois motivos, ou por preguiça ou por incompetência, ou ainda pelos dois. Porque é muito mais fácil chegar em casa depois de um dia de trabalho e ver jornal e novela e deixar a criança num tablet ou smartfone e deixa-lo em paz. Que você nem sabe o que vê exatamente nesses aparelhos.

Com tudo isso vem à pergunta os filhos de vocês farão qualquer coisa por vocês? Por exemplo, quando ficarem velhinhos, precisarem de ajuda para tudo, desde ir no banheiro até se levantar.

Eles terão por nós o mesmo carinho e cuidado?

O que foi passado nos anos 60, aquela família patriarcal, rígida com certeza precisava modificar, mais a família de ordem, respeito precisava permanecer, mais tudo se perdeu. E voltar ao modelo anterior funciona? Não, precisamos ir para a família nova.

Essa família precisa se construir com base nos limites, como Paulo dizia tudo é permitido, mas nem tudo me convém, e quem vai lhe mostrar isso a vida ou os pais? Quando somos crianças tem que ser os pais. Hoje educar é muito mais trabalhoso que no passado, as intervenções da cultura são grandes, por exemplo, você deixa a criança vendo um canal da TV paga que é muito bom para o intelectual e nos intervalos o que aparece, compre, compre e compre. E você gera uma geração consumista e vazia de significado. Como se você isso a família vai para um restaurante e todos estão com o celular na mão, volta e meia alguém mostra uma coisa, o outro tira uma foto, a família não está reunida, o relacionamento entre as pessoas é perdido, e ao mesmo tempo cria um espetáculo de exposição social, constrangedor e deprimente. Um universidade alemã fez uma pesquisa recente que mostrou que 84% das pessoas que frequentam sua rede social te invejam, detestam o que você posta. As pessoas estão mais preocupadas em mostrar o que conquistaram do que viver o que conquistaram uma desconexão das pessoas.

Reintegração de posse afetiva.

Se seu filho está difícil recupere agora.

Observe, invadam os celulares dos seus filhos, não se pode ter senha em celular, em caso de filhos você tem que ter acesso ao o que ele vê você tem que ter a senha do Face book e vasculhar o que ele vê você tem que vasculhar os guardas roupas, as gavetas, porque se você demorar muito você vai encontrar um pedra de craque, porque o mundo é cada vez mais sedutor. Se no passado chegava meia noite o filho entrava em casa e os pais diziam Graças a Deus ele chegou, estar na frente do computar hoje é mais perigoso do que estar na rua meia noite, por que os perigos são incalculáveis e existem milhares de pessoas querendo fazer o mal. é óbvio que a geração atual não vai ser tão submissa como foi à antiga, ela quer empoderamento, ela quer espaço, ela quer voz ela quer vez. Porque eles reencarnaram para fazer o que nos não temos feito, então eles reencarnam mais inteligentes, mais capazes. Mais não deixaram de ser filhos e precisam de comando, de orientação e ordem, mesmo que tenham espaços que a gente não teve. A gente proporciona aos filhos aquilo que a gente nem pensou em ter e às vezes é errado fazer isso, por que não um valor, aquilo que vem fácil não tem valor (exemplo de gravar as musicas antigamente).