Palestrante: Silvania
Data: 31/07/2017
A prece é tão necessária à alma quanto o alimento ao corpo. Quem utiliza a prece constantemente fica mais calmo, mais seguro e menos sujeito às forças desequilibrantes, por ligar-se às fontes cósmicas do poder supremo, que é Deus.
Usemos em nossas preces a lei da fé, que consiste na certeza de que tudo podemos se estamos harmonizados com Cristo.
Mantenhamos sempre o hábito da constância da prece, ligando-nos, assim, com os espíritos superiores, responsáveis pela execução da vontade divina.
O apóstolo Paulo nos exorta a “orar sem cessar”, convidando-nos a criar um estado mental de tal magnitude que nossos pensamentos estejam sempre emitindo uma vibração de prece.
Não nos esqueçamos, porém, que apesar de Deus nos atender em todas as nossas necessidades, nem sempre nossos pedidos coincidirão com aquilo que precisamos, uma vez que somos atendidos conforme nossas carências reais, e não segundo nossos desejos.
Oremos com fé e constância na certeza de que virá em nosso benefício até mesmo aquilo que não coincidir com o que solicitamos.
Muitas vezes, ao orar, queremos ser atendidos em nossos pedidos, mas sem nenhuma mudança de conduta. Será que vamos ser atendidos pedindo ao Pai saúde, se estamos bebendo, fumando, usando drogas? Será que seremos atendidos pedindo paz e felicidade, se estamos guardando ódios, mágoas e rancores no nosso coração? Lógico que não. Enquanto não compreendermos que o segredo do “pedir” está em nós mesmos, com a mudança da nossa conduta, nada conseguiremos. Queremos que Deus flua em nós, mas não queremos o esforço da renovação.
Pedir sem perseverar é enganar a si mesmo esperando pelo “milagre”. E o Pai não faz milagre, porquanto isso seria a derrogação de suas leis.
Numa análise apressada, poder-se-ia dizer, em razão do que foi exposto, que de nada adianta orar, o que seria um absurdo, pois quando oramos recebemos de Deus coragem, paciência e forças para seguir na nossa caminhada.
Os espíritos esclareceram a Kardec que: “Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal”.
Em prece estaremos mais propícios a receber orientações e instruções de amigos espirituais, que nos impulsionam a levar adiante nossos objetivos. É o sentido da máxima: “Ajuda-te que o céu te ajudará”, ou seja, se criarmos condições espirituais propícias, o Céu, Deus em nosso secreto, nos ajudará, fluindo em nós condições para a consecução daquilo que objetivamos. A regra é: “ora, trabalha e aguarda com confiança”.
Assim podemos dizer que não existe prece sem resposta, pois de acordo com André Luiz: “A prece qualquer que seja ela, é ação provocando a reação que lhe corresponde”. A afirmação de Jesus: “Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis, e concedido vos será o que pedirdes” pode ser concretizado na dependência do esforço de cada um de nós para que possamos receber por nosso merecimento, por nossa conquista, e nunca apenas pela ação da graça.
Portanto, peçamos sempre, cada vez mais, ao nosso Pai, e nunca tenhamos vergonha ou acanhamento ao pedir, pois foi o próprio Cristo que disse: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á, pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e quem bate abrir-se-lhe-á”.
A prece é um ato muito importante de ligação com os planos mais elevados da vida.
Segundo Kardec, “a principal qualidade da prece é ser clara, simples, deve fazer refletir.
Somente sob essa condição a prece pode alcançar o seu objetivo; de outro modo, não passa de ruído.
Os Espíritos sempre disseram, a respeito, que
A forma nada vale, o pensamento é tudo. Ore, pois, cada um, segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom pensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais o coração em nada tome parte.”
Todas as preces fervorosas são boas:
2.2 A prece não nos isenta das provações
Se é do interesse do aflito que a sua prova siga o seu curso, ela não será abreviada a nosso pedido. O que de mais precisa aquele que se acha aflito é a resignação, a coragem, sem as quais não lhe será possível sofrê-la com proveito para si, porque terá de recomeçar a prova.
2.3 A prece não dispensa esforço para superar os desafios da vida
No versículo sétimo do capítulo sete dos apontamentos do apóstolo Mateus, no Evangelho, diz-nos Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.” Em linguagem de todos os tempos, isto quer dizer; desejai ardentemente e as oportunidades aparecerão; empenhai-vos a encontrar o objeto de vossos anseios e tê-lo-eis à vista; todavia é preciso trabalhar, agir e servir. A oração ampara sempre; no entanto, se o interessado não lhe prestigia a influência, ajudando-lhe a ação, a benefício dos seus próprios efeitos, de certo que não funciona.