Palestrante: Vanessa Data: 30/10/2017
Do livro: Quem mexeu no meu queijo de Spencer Johnson, M. D
Esta é uma história de mudança que ocorre em um Labirinto em que quatro personagens engraçados procuram pelo "Queijo", uma metáfora para o que queremos ter na vida: seja um emprego, um relacionamento, dinheiro, uma casa grande, liberdade, saúde, reconhecimento, paz espiritual ou até mesmo uma atividade como corrida ou golfe.
Cada um de nós tem a sua própria idéia do que é um Queijo, e o procuramos porque acreditamos que nos fará felizes. Se o obtemos, frequentemente ficamos ligados a ele. E se o perdemos, ou se nos é tirado, isso pode ser traumático.
O "Labirinto" na história representa onde você gasta tempo procurando o que quer. Pode ser a organização em que trabalha a sociedade em que vive ou os relacionamentos que tem em sua vida.
A HISTÓRIA
Todos os dias, ratos e duendes saiam pelo labirinto em busca de queijo. Os ratos, Sniff e Scurry, saiam procurando de um corredor para outro. Se não encontravam num, logo iam para outro. Lembravam-se dos locais que já haviam passado e que não tinham conseguido nenhum queijo e logo iam para outro lugar. Sniff, usando seu faro aguçado, farejava a direção, Scurry por sua vez, saía na frente. Apesar de se perderem e até acabarem batendo nas paredes, logo achavam o caminho. Após algumas buscas, finalmente todos eles encontram, em um local dos corredores do labirinto, denominado de “Posto C”, o queijo que cada um procurava. Ambos já não se preocupavam mais, já tinham o que buscavam. Todos os dias eles acordavam e se dirigiam para o Posto C para se alimentarem. Sniff e Scurry mantinham a mesma rotina, acordavam cedo todos os dias e seguiam o mesmo caminho do labirinto.
Porém Hem e Haw passaram a estabelecer uma outra rotina. Como já sabiam onde estava o queijo e qual seria o caminho que deveriam seguir, passaram a acordar um pouco mais tarde. Arrumavam-se sem muita pressa e seguiam para o Posto C. Hem e Haw sentiam-se felizes com a nova situação. Achavam-se os donos do queijo, embora nem soubessem quem o havia colocado ali. Como havia muito queijo, chegaram inclusive a mudar-se para próximo do Posto C. Sniff e Scurry seguiam em suas rotinas normalmente, acordando cedo todos os dias. Chegavam ao Posto C, e antes de se alimentarem, cheiravam o queijo e faziam uma vistoria no posto para ver se havia ocorrido alguma mudança em relação ao dia anterior.
Um belo dia, ao chegarem ao Posto C, Sniff e Scurry descobrem que o queijo havia sumido. Eles não se surpreendem, pois já algum tempo percebiam que o estoque de queijo estava acabando e já estavam preparados para o que poderia vir a acontecer. Por instinto e sem complicar muito, eles percebem que a situação no Posto C havia mudado e logo eles também teriam que mudar. Sniff fareja para outras direções do labirinto e sinaliza para Scurry que logo em seguida sai correndo pelo labirinto. Sniff o segue e ambos partem em busca de um novo queijo. Hem e Haw, que geralmente chegavam mais tarde no Posto, levam um susto ao perceberem que o queijo que os alimentava todos os dias não estava mais no lugar onde durante um bom tempo tinha estado. Ao contrário de Sniff e Scurry, Hem e Haw não haviam percebido as pequenas mudanças que estavam ocorrendo no dia-a-dia. Eles acreditavam que ao chegarem ao Posto C o queijo estaria sempre esperando por eles. Desesperado, Hem passa a gritar: Não há mais queijo? QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO? Haw também não estava preparado para o que estava acontecendo. Ele também achava que o queijo estaria no Posto C. Para ambos, o queijo era muito importante. Eles ficaram durante um bom tempo, pensando no queijo que havia sumido e esperando que alguém o colocasse de volta no mesmo lugar.
Enquanto Hem e Haw ficavam indecisos, esperando para decidir o que fazer, já que a realidade havia mudado, Sniff e Scurry seguiam rapidamente adiante em busca de um novo queijo. E lá ficaram os duendes, lamentando e sofrendo com a perda do queijo. Haw, inclusive havia feito planos para o futuro, confiando no queijo do Posto C. Cansados e com fome, voltam para casa. No dia seguinte voltam ao Posto com esperança de encontrarem o queijo, como que de repente alguém o tivesse colocado de volta. Mas nada havia mudado e o queijo realmente havia desaparecido. Haw cai em si e questiona a falta de Sniff e Scurry: Onde eles poderiam estar? O que poderiam eles, dois ratos, saberem o que dois duendes não o sabiam? E ficaram discutindo e comparando suas capacidades em relação às capacidades de Sniff e Scurry. Estes, que já estavam longe a procura de outro queijo. Durante algum tempo Sniff e Scurry procuraram em vários corredores, inclusive em lugares onde nunca haviam entrado antes.
De repente, chegam ao Posto N de Queijo e se deparam com o maior estoque de queijo que já haviam encontrado. Enquanto isso, no Posto C, Hem e Haw ainda não haviam se decidido. Haw ficava imaginando seus amigos Sniff e Scurry saboreando um novo queijo que haviam encontrado.
Este sentimento desperta em Haw uma vontade de sair pelo labirinto, porém Hem, está desanimado, acomodado e com medo do que poderia encontrar lá fora. Então Haw, pensando que, se seus amigos ratos podem, ele também pode. Em seguida ele parte sozinho pelo labirinto em busca de um novo queijo. Ele começou a se desprender de seus medos e a acreditar na sua capacidade. Finalmente Haw encontra o que tanto procurava e se surpreende ao encontrar seus amigos ratos que já haviam encontrado o queijo há algum tempo. E Haw fica pensando em seu amigo Hem: Será que ele havia mudado de idéia e entrou no labirinto?
Hem tinha de encontrar o seu próprio caminho, deixando para trás a sua comodidade e os seus medos. Ninguém podia fazer aquilo para ele, ou o convencer a fazê-lo. De algum modo, Hem tinha de ver a vantagem da mudança. Haw sabia que deixara uma pista no labirinto, e que Hem poderia encontrar o seu próprio caminho, se apenas lesse O Manuscrito na Parede. Haw percebeu o quanto tinha ido longe desde que estivera com Hem no Posto C, mas sabia que seria fácil para ele retroceder caso se sentisse confortável demais.
Haw ouviu o que achou que era o som de passos no labirinto. Quando o som se tornou mais alto, percebeu que alguém estava chegando. Poderia ser Hem? Ele estava prestes a dobrar a esquina? Haw fez uma pequena oração e esperou – como esperara muitas vezes antes – que talvez, finalmente, seu amigo tivesse sido capaz de ...
Sair do Lugar Assim como o Queijo e Gostar Disso!
REFLEXÃO
Até decidir por se tornar agente de uma nova etapa em sua vida, Haw fica dividido entre o desejo de mudar, seus medos de tudo o que o novo oferece e as opiniões negativas de Hem, que procuram fincá-lo cada vez mais ao passado, sempre à espera do que pudesse acontecer. É importante mencionar que essa decisão de se tornar um ser agente do processo só foi tomada a partir de uma autoavaliação que o fez entender que, para que as coisas mudem, é preciso primeiro mudar a si mesmo, ou seja, para a mudança ocorrer de fato é preciso começar de dentro para fora, pois, só acreditando em si mesmo, será possível ter forças para agir e seguir adiante, enfrentando o novo.
Indiscutivelmente a mudança não foi fácil, tampouco imediata, exigindo muito mais esforço e coragem. Não se pode esquecer que o ambiente escolhido para o desenrolar da história é um labirinto, isto é, lugar com início e fim determinados, cujas etapas (caminhos) não podem ser puladas; as escolhas podem ser bem (corredores livres) ou mal (bloqueio da passagem) sucedidas, assim como mais longas ou mais curtas conforme o caminho que se deseje seguir e, acima de tudo, permite a todo instante recomeçar.