Data: 23/10/17 Palestrante: Silvania
Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a tirar seu carro do atoleiro.
Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.
Alguns quilômetros à frente, havia um outro homem que tinha, igualmente, o carro atolado num lodaçal. Esse, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho liberar o veículo.
Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.
Reuniram todas as forças e conseguiram retirar o transporte do atoleiro. Após os agradecimentos, o viajante se foi feliz.
Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: Senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu nosso apoio. Por quê?
Sem perturbar-se, o nobre professor respondeu: Aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.
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Muitos de nós costumamos agir como o primeiro viajante. Diante das dificuldades, que nos parecem insolúveis, acomodamo-nos, esperando que Deus faça a parte que nos cabe para a solução do problema.
Há pessoas que desejam ver os obstáculos retirados do caminho por mãos invisíveis, esquecidas de que esses obstáculos, em sua maioria, foram ali colocados por nós mesmos, cabendo-nos agora, a responsabilidade de retirá-los.
Alguns se deixam cair no desânimo, alegando que a situação está difícil e que não adianta lutar.
Outros não dispõem de perseverança, abandonando a luta após ligeiros esforços.
Não basta pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á.
Nada, absolutamente nada, pode o homem conseguir, se não houver preparado o caminho. Não se iludam as pessoas a implorar a Deus que lhes proporcione a solução dos seus problemas, nem o esclarecimento às suas indagações, se não moverem, de sua parte, uma parcela mínima de esforço para alcançar a bênção desejada.
Cada ser humano tem de dar o primeiro passo para a libertação das suas mazelas. Não é que Deus fique indiferente às suas imperfeições. É que o Pai tem plena consciência de que as pessoas, normalmente, valorizam mais aquilo que decorre do seu próprio esforço. O que é dado de forma gratuita, geralmente perde o valor real, não é estimado como verdadeiro e necessário.
Devemos, portanto, fazer a nossa parte que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso alcance resolver.
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Seria ideal que, sem reclamar e pensando corretamente, fizéssemos esforços para retirar do atoleiro o carro da nossa existência, a fim de seguirmos adiante felizes, com coragem e disposição. Confiantes de que Deus sustentará as nossas forças para que possamos triunfar.
Deus está alerta ao chamado de Seus filhos, como na Terra os serviços de bombeiros ou de pronto-socorro estão em guarda constante para partirem em direção dos que precisam de ajuda.
Cabe a cada um a maior parcela de responsabilidade. É preciso assumi-la a tempo e à hora.
Pensemos nisso, mas pensemos AGORA!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Em 22.04.2009.