A paz é um dos tesouros mais desejados nos dias atuais. Muito se tem investido para se conseguir um pouco desse bem tão precioso.
Mas, será que nós, individualmente, temos feito investimentos efetivos visando tal conquista?
No túmulo de um bispo anglicano, em Londres, pode-se ler o seguinte:
Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo.
À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país.
Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar.
Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali.
Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família.
Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família.
Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir.
Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos.
Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir!
Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente.
Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais.
Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos.
Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática.
São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também: Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso.
Por isso é que o mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade.
Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez.
Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração.
Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão.
O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens.
Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria.
E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois.
Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar.
O QUE VOCÊ FAZ fala tão alto que não consigo ouvir o que você diz!
(Ralph Waldo Emerson)
Se exigimos dos outros a paciência, somos nós os primeiros a desenvolver esta virtude, p/ que com o exemplo, o outro possa aprender.
Se exigimos dos outros a honestidade, primeiro nós que temos que ser honestos.
Se queremos compreensão, temos que primeiro compreender.
Se uma pessoa estiver permanentemente em ação de paz, o mundo à sua volta se beneficiará com essa atitude.
E se a paz mundial ainda não é realidade em nosso planeta, façamos paz em nosso mundo íntimo. Essa atitude só depende de uma única decisão: a nossa.
A nossa paz interior é capaz de neutralizar o ódio de muitas criaturas.
Se mantivermos acesa a chama da paz em nossa intimidade, então podemos acreditar que a paz mundial está bem próxima.
Porque, na verdade, a paz do mundo começa no íntimo de cada um de nós.